As Capitanias Hereditárias

Com o passar dos anos, com a divulgação das riquezas do Brasil no exterior, e em razão da grande extensão do país, os portugueses foram perdendo o domínio das terras brasileiras. Aos poucos, os estrangeiros tomavam posse do litoral brasileiro.

No ano de 1534, o governo de D. João III, de Portugal, dividiu as terras brasileiras em quinze faixas, a que chamaram de capitanias hereditárias.

As quinze capitanias eram: do Pará, do Maranhão, do Piauí, do Rio Grande, de Itamaracá, de Pernambuco, da Baía de Todos os Santos, de Ilhéus, de Porto Seguro, do Espírito Santo, de São Tomé, do Rio de Janeiro, de Santo Amaro, de São Vicente e de Santana.

Cada capitania tinha um administrador, uma pessoa que cuidava dos interesses da terra. Essa pessoa era chamada de donatário. O donatário que conseguisse cuidar bem do pedaço de terra que estava sob a sua responsabilidade poderia passá-la para seu primogênito (primeiro filho), motivo pelo qual as capitanias receberam o nome de hereditárias.

Na época, os índios já não mantinham mais as relações amigáveis de antes com os portugueses e passaram a invadir as capitanias, não aceitando a divisão das terras e lutando para garantir parte delas para sua raça.


D. João III e a divisão das terras do Brasil – as capitanias hereditárias

Mesmo com a criação das capitanias hereditárias, as terras do Brasil continuaram a ser tomadas dos portugueses pelos europeus. Porém, os cuidados para que a situação não piorasse estava sob as decisões de cada donatário, era preciso vigiar as terras para não perdê-las.

Era obrigação dos donatários fazer o melhor aproveitamento das terras, explorar suas riquezas e adquirir recursos para mantê-las, criar vilas, cobrar tributos, escolher outras pessoas para ajudá-lo na administração, etc.

Mas com o passar dos anos, Portugal percebeu que a divisão não estava dando certo, pois além das invasões dos índios, continuava acontecendo invasões de países estrangeiros. Outro problema era que ninguém oferecia mão de obra para trabalhar nas lavouras. Além disso, o Brasil precisava de um governo geral, que ficasse implantado aqui, para dar mais apoio aos donatários, mas isso também não aconteceu.

Das quinze capitanias criadas, apenas duas deram certo: a de Pernambuco, sob o comando de Duarte Coelho Pereira, e a de São Vicente, por Martim Afonso de Souza. Nestas, a plantação de cana teve grandes resultados, em virtude do clima apropriado das regiões. E o interesse dos donatários era grande, pois já obtinham lucros com a produção de açúcar, que aumentava a cada dia.