A Inconfidência Mineira

O ciclo do ouro no Brasil proporcionou crescimento a várias localidades do país. Várias cidades foram fundadas, principalmente nas regiões das Minas Gerais, como: Vila Rica (Ouro Preto), Sabará, Mariana, São João Del Rei; além de Cuiabá, no Mato Grosso e Goiás Velho, nas províncias de Goiás.

Porém, a coroa portuguesa criou diversos impostos, como forma de tirar proveito das riquezas que os colonos estavam conquistando. O mais importante deles era o “quinto”, onde retiravam a quinta parte do ouro encontrado. Esse ouro, vindos dos impostos, era enviado para Portugal, a fim de que o governo português fizesse o pagamento das suas despesas e das mercadorias importadas da Inglaterra.

A corte portuguesa acreditava que havia muito contrabando de ouro, motivo pelo qual a capital do país foi mudada para o Rio de Janeiro, em 1763, pelos acessos ao país.

Só a capitania de Minas Gerais tinha que arrecadar cem arrobas de ouro por ano, no mínimo, e entregá-las a Portugal. Porém, com o passar do tempo, e em razão da grande extração de ouro na região, a riqueza diminuiu e os colonizadores não conseguiam mais pagar o alto imposto exigido pela corte portuguesa; assim, ficaram com os impostos atrasados e não mais conseguiam enriquecer a metrópole. Mas Portugal não aceitava os atrasos nos pagamentos e, através de um decreto chamado “derrama”, faziam uma cobrança forçada, tomando outros bens dos colonos, como: casas, joias, móveis e até roupas.


Leitura da sentença dos inconfidentes e a bandeira de Minas Gerais

Isso gerou grande insatisfação por parte dos colonos, pois trabalhavam muito para encontrar o ouro e as pedras preciosas, mas entregavam tudo ao governo de Portugal, sempre para pagar suas dívidas que vinham da cobrança dos impostos.

Dessa forma, um grupo de homens resolveu se organizar em um movimento para ficarem livres dos portugueses, do pagamento dos tributos, criando um governo próprio e independente.

Os principais conspiradores desse movimento foram: Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Cláudio Manuel da Costa e Joaquim José da Silva Xavier que dentre várias profissões havia trabalhado como dentista prático, motivo pelo qual recebera o apelido de Tiradentes.

Os inconfidentes sabiam que na Europa acontecia o movimento da Revolução Francesa, onde os franceses buscavam princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Com isso, as discussões do grupo aconteciam através das mesmas tentativas, mas principalmente das pessoas escolherem seus governantes e instituírem um governo republicano. Queriam também abrir escolas para o povo e criar universidades. Discutiam também sobre a libertação dos escravos, que só aconteceu em 1889, através de uma decisão da princesa Isabel.

Joaquim Silvério dos Reis, em troca do perdão de suas dívidas, fez com que as informações sobre a revolta dos inconfidentes chegassem ao governador de Minas Gerias, entregando os planos do grupo. O mesmo cancelou a cobrança dos impostos e conquistou o apoio da população.

Tiradentes, Joaquim José da Silva Xavier, foi preso no Rio de Janeiro, sendo julgado e condenado à morte. Foi enforcado em praça pública no dia 21 de abril de 1792, tendo sido considerado o mártir da inconfidência mineira, motivo pelo qual o dia de sua morte se tornou feriado nacional.