Minhocas e suas galerias

As minhocas eram definidas por Aristóteles como "arados da terra", em razão dos túneis e galerias que formam no solo em busca de abrigo e alimento - hábito este que proporciona uma grande vantagem a ele, facilitando a aeração e irrigação – inclusive aos mais compactados. Os egípcios também reconheciam a importância deste oligoqueto e atribuíam a ele poderes divinos, pelo fato de ser grande responsável pela fertilidade das terras próximas ao Rio Nilo.

Felizmente, a importância deste animal ao solo e ao ambiente, de forma geral, é reconhecida nos tempos atuais. Seu uso na agricultura é bastante requisitado, visto que, sendo detritívoros, reciclam a matéria orgânica ao ingeri-la juntamente com a terra (expelindo mais de 50% do que ingere na forma de húmus), acelerando o processo de decomposição. Além disso, o adubo orgânico é mais rico em flora bacteriana, azoto, cálcio, magnésio, fósforo e potássio do que o próprio solo no qual se alimentou e é menos oneroso e prejudicial ao ambiente do que os fertilizantes. Ainda, controlam a toxidade do solo, corrigindo o pH e excessos de alumínio e aumentam a resistência das plantas a pragas e doenças.

As espécies mais utilizadas na agricultura são: a minhoca vermelha da Califórnia (Eisenia Phoetida), minhoca dos resíduos orgânicos (Lumbricus Rubellus) e minhoca Gigante Africana (Eudrilus Eugeniase).

Há pessoas que utilizam o método da compostagem em casa, como forma de reciclar os resíduos alimentares e obter adubo para suas plantas. Para tal empreitada, é usual enterrar estes resíduos, cobrindo-os com folhas secas ou terra. Com o uso das minhocas para os fins já citados, este método é otimizado, conferindo jardins mais bonitos. Além disso, a reciclagem de detritos alimentares contribui para a redução desse tipo de lixo que, no Brasil, é o mais produzido e gera grandes problemas ao ambiente.