Nova República e Democracia

Em 1984, a população brasileira, diante de uma Ditadura Militar, intensificou as manifestações para a realização de eleições diretas para a presidência do país. Esse movimento ficou marcado na história nacional, sendo conhecido como Diretas Já. Diante desse cenário, os militares foram perdendo força e, em 1985, de forma indireta, o Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves para governar o Brasil.

Portanto, após mais de duas décadas de Ditadura Militar (1964 – 1985), o Brasil recomeçou o processo de democratização, dando início à Nova República. Contudo, na véspera da posse, Tancredo foi internado com problemas no aparelho digestivo. Com isso, José Sarney assumiu a presidência de forma interina, sendo o primeiro presidente civil a atuar após o regime militar. Em 21 de abril de 1985, Tancredo (75 anos) faleceu, vítima de infecção generalizada, e Sarney assumiu o cargo de forma definitiva.

José Sarney realizou uma série de mudanças na legislação, e a principal delas foi o retorno das eleições diretas para presidente. Também criou o Plano Cruzado, que substituiu o cruzeiro. Essa medida tinha como objetivo reduzir a inflação vigente no país, congelando os preços das mercadorias e reajustando o salário dos trabalhadores. Nos primeiros meses os resultados foram positivos, no entanto, a partir de 1987, a inflação voltou com força total, e outros três planos foram criados, mas estes não conseguiram conter a inflação.

Em 1988 foi promulgada uma nova Constituição Federal, conhecida como Constituição de 1988. Entre os pontos mais relevantes estão a democracia liberal com separação dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), o reconhecimento dos territórios do Amapá e de Roraima como estados, a divisão de Goiás, dando origem ao estado do Tocantins, além da ampliação dos direitos individuais e o fim da censura prévia.

A eleição direta para presidente ocorreu no ano seguinte. Fernando Collor de Mello, candidato do PRN (Partido da Reconstrução Nacional), obteve mais votos do povo e venceu no segundo turno o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva. O novo presidente, visando combater a inflação, lançou o Plano Collor, que estabeleceu o congelamento dos salários e dos valores das mercadorias, além do confisco monetário.

Entretanto, o primeiro presidente eleito após a ditadura militar não chegou a cumprir todo o mandato. Isso porque um esquema de irregularidades financeiras liderado pelo tesoureiro de Collor, Paulo César Farias, mais conhecido como PC Farias, foi descoberto. Esse fato gerou várias manifestações populares, e a Câmara dos Deputados e o Senado deram início a um processo de impeachment. Em dezembro de 1992, Collor renunciou ao mandato.

Itamar Franco, que já tinha assumido a presidência durante as investigações, se firmou no cargo definitivamente com a renúncia de Collor. Em 1994, o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, lançou o Plano Real. Sendo assim, o real passou a ser a moeda do país. Outra característica é que, nessa mudança, diferentemente do ocorrido nos planos anteriores, não houve congelamento de salários nem dos preços das mercadorias.

O Plano Real coibiu a inflação e foi o principal trunfo para que Fernando Henrique se elegesse o presidente do Brasil nas eleições de 1994, derrotando Luiz Inácio Lula da Silva. Entre as medidas do novo governante brasileiro se destacaram a estabilidade econômica, investimentos estrangeiros, neoliberalismo e privatizações. Em 1998, Fernando Henrique foi reeleito, novamente obtendo mais votos que Lula.

Em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, derrotou José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O governo do ex-metalúrgico realizou vários programas sociais, sobretudo na Região Nordeste. Em 2006, Lula foi reeleito, saindo vitorioso da disputa com Geraldo Alckmin, do PSDB. Nas eleições de 2010, a candidata apoiada por Lula, Dilma Rousseff, sagrou-se vitoriosa no segundo turno contra José Serra.