Seres Vivos

Em todo o planeta Terra habitam mais de dois milhões de seres vivos, adaptados aos mais diversos ambientes, com suas infinitas formas. Diante de tanta variedade, os cientistas perceberam a necessidade de se desenvolver um sistema formal, e eficiente, de classificação; considerando suas características em comum e relações de parentesco evolutivo.

O naturalista sueco Lineu propôs, em 1735, a nomenclatura binomial, na qual cada ser vivo seria nomeado com duas palavras: a primeira se referindo ao nome genérico (gênero) e a segunda, ao nome específico. Além disso, tais nomes seriam apresentados em itálico ou grifados; e a primeira letra do primeiro nome, apresentada em maiúsculo.

Exemplo:

Onça (nome popular)
Panthera onça (nome científico)

Tal sistema, utilizado até a atualidade, facilita  a comunicação entre os cientistas, já que um mesmo ser vivo, dependendo da região, pode ser identificado pelos mais diversos nomes. Por exemplo: a Manihot esculenta costuma ser chamada, em nosso país, de mandioca, aipim e macaxeira. Assim, com uma nomenclatura unificada, em qualquer local do Brasil e do mundo, o nome Manihot esculenta se refere a esta espécie específica, sem chances de ser confundida com outra qualquer.

Foi Lineu também quem criou as categorias taxonômicas, considerando “espécie” como sendo a mais específica. Estas se apresentam na seguinte ordem hierárquica:

Reino – Filo (ou divisão, no caso de vegetais) – Classe – Ordem – Família – Gênero – Espécie

Em 1959, Robert Whittaker propôs a divisão dos seres vivos em cinco reinos, esta que é levada em consideração até os dias atuais:

- Reino Monera, que reúne as eubactérias e as arqueobactérias: seres procarióticos e unicelulares.

- Reino Protoctista, tendo os protozoários e algas como representantes.

- Reino Fungi, cujos representantes são eucarióticos, uni ou multicelulares e heterotróficos.

- Reino Plantae, com representantes eucarióticos, multicelulares e autotróficos fotossintetizantes.

- Reino Animalia, abrigando indivíduos eucarióticos, multicelulares e heterotróficos.

Apesar de Lineu ser criacionista, e não reconhecer os mecanismos da evolução; hoje sabemos que a semelhança existente entre determinados seres vivos é o reflexo desta relação de parentesco. Exemplo:

Onças (Panthera onça) e Tigres (Panthera tigris) pertencem ao:

Reino Animalia
Filo Chordata
Classe Mammalia
Ordem Carnívora
Família Felidae
Gênero Panthera

Ou seja, são bastante aparentadas.

Já o cavalo, pertencente ao mesmo reino, filo e classe das onças e tigres; é da ordem Perissodactyla, gênero Equus e espécie Equus caballus...

Características dos seres vivos

 

"Cogumelo do mel" da Floresta Nacional de Malheur, EUA: o maior ser vivo do planeta

 

Mas o que é, afinal, um ser vivo? O que o difere da matéria bruta?

Apesar de existir uma grande variedade de seres vivos, em infinitas formas, algumas características específicas os diferem de um grão de areia, um copo com água, ou mesmo uma rocha.

Diferentemente da matéria bruta, seres vivos possuem moléculas orgânicas em sua constituição. Além disso, em sua composição estão incluídos átomos de hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e, em proporções menores, fósforo e enxofre.

Essas substâncias se unem, formando células: unidades fundamentais destes organismos. Em seu interior, ocorre uma série de processos químicos imprescindíveis à vida, responsáveis por seu metabolismo. São elas que permitem, por exemplo, o crescimento do indivíduo, por meio da produção de novas moléculas orgânicas, disponibilizadas por meio do processo nutritivo.

Células compõem os tecidos e estes, por sua vez, órgãos. Conjuntos de órgãos capazes de desempenhar funções específicas formam sistemas. A capacidade de reagir a estímulos, geralmente com realização de movimentos, por exemplo, é propiciada pela ação dos sistemas sensorial, motor e nervoso. Já a reprodução sexuada, pelos órgãos do sistema genital.

A reprodução permite a transmissão de caracteres de um indivíduo para o outro, graças a instruções genéticas inscritas no DNA, definindo as características típicas para cada tipo de organismo – processo denominado de hereditariedade. Alguns indivíduos unicelulares são capazes de se reproduzir por meio do alongamento e divisão celular, dando origem a novas gerações idênticas entre si, sem envolver a troca de gametas.

Organismos são caracterizados como sendo um conjunto de sistemas; e agrupamentos de organismos da mesma espécie formam populações. Populações distintas, interagindo em um mesmo local, formam comunidades. Estas, relacionadas a fatores abióticos (sol, chuva, ventos, disponibilidade de nutrientes, etc.), compõem um ecossistema. E todos os ecossistemas juntos formam a biosfera...

Integrantes de uma mesma população tendem a possuir variações genéticas individuais, como consequência de eventos específicos, tais como mutações não letais. Esta variabilidade genética permite que, em determinadas condições, tais especificidades sejam vantajosas para um determinado grupo de indivíduos, sendo os outros eliminados por seleção natural. Assim, alguns se tornam mais aptos à sobrevivência, aumentando as chances de deixar descendentes: é a seleção natural.

Caso tais especificidades sejam hereditárias, podem ser transmitidas às proles vindouras, configurando, ao longo do tempo, um processo de melhor ajustamento ao ambiente em que tais indivíduos vivem (evolução). Dessa forma, tornam-se mais bem-adaptados ao meio.