TAXA DE EMPREGOS NO BRASIL PARA CADA NIVEL DE ESCOLARIDADE

Na série especial de reportagens que o Jornal Nacional apresentou nesta semana sobre o mercado de trabalho no Brasil, vamos mostrar nesta sessão como é a divisão no mercado de trabalho destinado a cada nivel de escolaridade.

São Paulo, a maior cidade do Brasil, foi a que mais gerou vagas de trabalho com carteira assinada em 2010.

Acompanhamos aqui o caso de Davidson e Milton.

Milton Rodrigues da Silva acaba de ficar desempregado. Tem 45 anos e experiência em logística, gerenciamento de transporte, distribuição e armazenamento de produtos. “Eu tenho proposta já para daqui a um mês ou dois. A empresa está abrindo filiais e já me falou que quer contar com meu trabalho, só que eu não quero esperar”, conta.

Davidson, com 18 anos, nunca teve a carteira assinada. “O que vier eu estou querendo”, afirma.

Escolaridade faz a diferença na hora de conseguir o emprego. Para se ter uma ideia, entre todas as vagas oferecidas no centro, 65% são para quem chegou pelo menos até o nível médio. Para quem não concluiu o Ensino Fundamental, restam apenas 12% das vagas. É como se de toda fileira de guichês, apenas dois estivessem reservados a quem não concluiu o Ensino Fundamental. Mesmo assim, nesses casos, normalmente é exigida experiência.

O jovem Davidson não tem experiência e parou de estudar na sexta série do Ensino Fundamental. “Hoje, infelizmente, eu não vou ter nenhuma vaga para te oferecer”, informa a atendente para o jovem. “Vou voltar a estudar e fazer o supletivo”, revela Davidson.

Milton, além da carteira recheada de experiência, está cursando faculdade. Havia três ofertas de emprego para ele, mas Milton preferiu procurar mais. “Eu tenho certeza de que é questão de tempo, pouco tempo”, aposta.

“Para o sucesso de alguém na vida, no Brasil, na Suécia, na Coreia, na China, por trás do sucesso de alguém, está a escolaridade. O Brasil tem 32 milhões de pessoas que estudam no Ensino Fundamental e cerca de 8 milhões no Ensino Médio. Mas nós formamos apenas 2,1 milhões no Ensino Médio. Esse número é muito pequeno para o nível de qualificação que está sendo demandado em todo o Brasil”, declara o diretor de educação Associação Brasileira de Recursos Humanos, Luís Edmundo Prestes.

Não adianta só ter um diploma. As empresas querem profissionais com experiência. Por isso, o primeiro emprego é um grande desafio, tanto para quem quer ser contratado quanto para quem contrata.